Todos podem empreender?

Após o comentário de uma amiga no Facebook com um questionamento que faz todo sentido, decidi fazer uma reflexão a respeito da desconstrução do modelo de trabalho como conhecemos.

A fábrica de pobres só existe porque a pobreza está dentro das pessoas. Elas focam no dinheiro e então ele some. Um exemplo disso é o fato de que 1/3 dos ganhadores de loterias ao redor do globo, após algum tempo voltam à pobreza e se tornam mais pobres do que eram antes do bilhete premiado.

 

Se a culpa por existir a pobreza fosse dos ricos, quem ganhasse na mega sena jamais voltaria à pobreza. Mas a cabeça/mente pobre sempre traz a matéria/física para seu lugar de consciência.
E a divisão entre ricos e pobres só serve para fomentar ainda mais a pobreza, pois o pobre tenta desesperadamente ficar rico, e o caminho não é esse.

O dinheiro é apenas uma ferramenta para realização de sonhos, dos desejos. Um carpinteiro em sã consciência não se apega ao serrote nem ao martelo, são apenas ferramentas.
Ele se apega ao sonho de ter a casa construída. As ferramentas servem ao carpinteiro, não o contrário! O mesmo tem que acontecer com o dinheiro, ele é um ótimo escravo, mas um péssimo senhor.

Outro detalhe: O conceito de riqueza é relativo. O que é ter sucesso? O que é prosperidade?
Existem pessoas tão pobres, mas TÃÃOO pobres, que a única coisa que possuem, é dinheiro. E dinheiro serve apenas para realizar desejos materiais, coisas do EGO.

As refeições mais saudáveis custam quase nada, podem até ser consumidas cruas, não usam gás, nem lenha!

Os lares com uma jacuzzi e vista para o mar, não são necessariamente os mais felizes, são os lares onde tem gente tranquila, diálogo aberto e riso solto.

Então significa que quem tem dinheiro não é feliz? Não foi isso que eu disse! É possível ter as duas coisas, estou apenas dizendo que o conceito de riqueza não é igual para todos.

Em se tratando da riqueza de um país, no seu sentido mais prostituído (dinheiro), de maneira significativa, está incorporada em seus cidadãos.
Um exemplo irrefutável disso é a experiência dos alemães e japoneses após a Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, os bombardeios das forças aliadas destruíram praticamente todo o estoque de capital físico desses dois países. O que não foi destruído foi o capital humano das pessoas: suas habilidades físicas e mentais, e sua educação.
Em duas ou três décadas, ambos os países ressurgiram como formidáveis forças econômicas.

Mas, é preciso ressaltar que existe SIM, uma elite dominante no planeta (que NÃÃÃO são os empreendedores – estes são os heróis), que faz os diabos para que o resto da humanidade (gado) pense que para ser feliz tem que seguir um padrão social.

Então essa elite cria comerciais de TV, com sapatos caríssimos, carros maravilhosos, casas incríveis, perfumes, lindas mulheres, novelas recheadas de traições sexo e bebida, religiões…

O objetivo? Manter-nos ocupados! Pagando boletos e dívidas! Nos drogando, nos embebedando, comendo “coisas” ao invés de alimentos, jogando todo nosso poder criativo nas mãos de um ser superior que supostamente estaria fora/separado de nós!

Nos induzem a comprar aquilo que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para mostrar à quem não gostamos, aquilo que não somos! É o ópio do povo. Somos úteis quando não pensamos. Uma mente pensante sai do fluxo. Vira a ovelha negra. Se torna subversiva!

E o restante da humanidade? Bem, o restante segue no piloto automático. Verdadeiros zumbis. E eis que a depressão se torna a doença do século… E tinha como ser diferente?

Tá, mas e se todos começarem empreender, quem vai ser empregado?

Ora, antes de qualquer coisa, é preciso mudar essa mentalidade. Todos somos empreendedores! Quando você sugere uma mudança para melhorias dentro da empresa em que você é empregado, está sendo empreendedor. Quando aquele seu colega falta muito ao trabalho e você cobre os turnos dele sem reclamar, está sendo empreendedor. Apenas está empreendendo no negócio alheio. E grandes corporações super valorizam funcionários empreendedores, que assumem compromisso como se a empresa fosse sua. Estes funcionários sempre tem soluções para os problemas do dia a dia dentro da empresa. E são estes que ganham os melhores salários…

NÃO EXISTE ESTABILIDADE E EMPREGO É PRISÃO

Outra desconstrução que se faz necessária, é a que envolve a palavra EMPRESÁRIO. Sempre que você fala que é empresário, de duas uma: ou junta um bando de gente pensando que você vai pagar a bebida mais cara no bar mais caro da cidade mais cara, do país mais caro, ou se afastam de você, por pensam que você é o demônio, escravizador de seres indefesos.
Enquanto isso você está lá, sem férias a 15 anos, negociando boletos com o banco, cobrando clientes inadimplentes, apagando incêndios, trabalhando 16 horas por dia! Isto é ser empresário, na maioria das vezes.
Existem os que pagam a bebida mais cara, no bar mais caro, obviamente. Mas não se pode generalizar, estes são em menor quantidade do que os que trabalham 16h/dia.
Enfim, como é que todos podem ser empresários? Como isso funciona?
Eu por exemplo, tenho uma indústria. Para que a produção aconteça de forma satisfatória eu necessito da mão de obra de 100 pessoas em média, distribuídas em 4 estruturas físicas (galpões) em pontos estratégicos da cidade para facilitar a logística, e claro os maquinários para a produção.
Oooooooh!!! Eu sou uma industrial! Uaaau! Né?
Não.
O ‘gramúr’ vai só até eu te contar que trabalho em casa, as vezes passo o dia todo de pijama, meu escritório é em minha casa. Meus colaboradores são todos terceirizados e micro empreendedores individuais (MEI).
Os terceirizados são funcionários de facções de costura industrial que executam o serviço mediante contrato por lote. Nestes casos o valor é combinado com o patrão delas. Sempre me certifico quanto as condições de trabalho dessas mulheres, para que meu produto final não chegue ao meu cliente com uma carga energética densa. Todos os envolvidos na produção, precisam estar em paz consigo, se sentirem dignificados com o que estão fazendo de suas vidas.
As empreendedoras individuais (MEI) são pagas por peça produzida. Se a pessoa ficar no zap e não produzir nada, não ganha nada. Simples assim!  E o valor só é decidido após chegarmos num consenso de quantos minutos demora em média para produzir tal peça. Se eu deixar por conta delas para colocar preço no próprio trabalho, elas só me perguntam: – Quanto você paga?
A primeira vez que ouvi isso de uma costureira, eu fiquei indignada com ela. – Como assim?! Você deixa os outros colocar preço no seu trabalho?! – Ela respondeu: – Tem muita costureira e poucas confecções contratando…
Eu pensei: Como assim?! Eu tenho minha marca, sei o quanto as marcas de confecção sofrem para encontrar costureiras caprichosas… Como é que elas dizem que tem muitas? Então entendi que era preciso qualificá-las. Combinamos um treinamento para aprimorarmos a execução das peças, com acabamentos finos para que pudessem ter mais valor no trabalho. E na remuneração cronometramos o tempo médio de produção de uma peça, combinamos o quanto é justo uma pessoa com conhecimentos técnicos ganhar por hora e dividimos isso por minutos. Pronto!
Após passar algumas instruções básicas de como elas devem administrar o dinheiro que recebem, então elas cuidam da própria contribuição do INSS, estão sempre investindo em mais conhecimento, e por consequência tem até um bônus: A melhora até da auto estima!
Então a resposta é: Elas são empreendedoras, que trabalham para uma empreendedora.
Ah, mas acho que eu não quero abrir uma empresa, nem MEI…
Ok. Você já pensou em trabalhar como freelancer? Se existe nessa vida, um trabalho que é muito delicinha, é o de ficar em casa, de boas, pantufinha nos pés, editando vídeos, ou redigindo textos para blogs, programando websites, tratando imagens no photoshop, criando banners para redes sociais, programa de afiliados…
Ah, mas não sou bom de escrita e não entendo essas paradas de tecnologia…
Já pensou em ganhar dinheiro passeando com cachorro? Já pensou em hospedar bichinhos em sua casa? Dividir sua casa pela plataforma Airbnb? Fazer reformas de roupas em casa? Hoje existem plataformas como Workana, Getninjas, DogHero que servem de pontes para ligar os clientes ao teu serviço.
E agora, qual desculpa você vai arrumar para continuar mendigando um emprego com carteira assinada, toda carimbadinha? Se é estabilidade que você está caçando, sinto muito meu chapa, mas já ‘elvis’, se é que algum dia existiu a tal estabilidade!
Você já parou pra pensar que não temos mais que competir com o colega de mesa, mas sim com robôs? E o detalhe, os robôs fazem muito melhor o nosso trabalho, não erram.  Estudos mostram que a única forma de competirmos com eles, será fazendo coisas que somente humanos podem fazer, isto é: criar.
Agora é assim; ou a gente aprende a pedalar a bicicretinha da existência, ou vai se esborrachar no chão. Aquele mundo pacato que eu e você conhecemos, do sofá mental, da preguicinha… controle da tv na mão, bocejando… Ficou no passado. E amanhã ele será passado remoto.  Bora lá, desenvolver novas habilidades, inventar coisas, sujar as mãos de tinta, criar soluções…

A vida é uma delicinha, a gente que f*de com ela.