Em resposta a uma pergunta na página do Facebook, resolvi fazer este artigo e já aviso que vai ser textão. Abaixo a pergunta da seguidora da página:
O negócio é o seguinte; antes de a gente sair por aí tacando o pau na religião dos outros, é importante fazer uma viagem no tempo, aos séculos passados. Não, a milênios! Porque se existe algo que vem acompanhando o “tum-tum… tum-tum” dos nossos corações, este algo se chama religião! E para começar, nada melhor do que o começo. E para mim o começo de uma prosa é sempre pela busca do sentido etimológico das palavras. Como saber o significado de uma palavra sem antes saber de onde ela surgiu?
Uma das possíveis origens etimológicas da palavra “religião” vem do latim, e nasceu de RELIGIO, que significa “respeito pelo sagrado”. Já outra etimologia que é discutida é da palavra RELIGARE, também do latim, que significa atar ou ligar com firmeza. E ainda para esta segunda etimologia existe uma interpretação digamos, menos romântica e que confesso, considero a mais honesta que é, “reler, revisitar, retomar o que estava largado”, pode ser visto neste contexto como o ato de reler e interpretar incessantemente os textos de doutrinas religiosas. Porém o sentido que grudou mesmo nos humaninhos, foi o de “respeito ao sagrado” e será este meu ponto de partida para a reflexão que se segue.
Um só Deus, trezentas religiões. Qual seguir?
Como existem umas “trocentas” religiões ao redor do mundo, com inúmeras vertentes, não haveria condições de dissertar sobre a filosofia de cada uma. Então resolvi fazer mapas, bem grotescos por sinal, e bem resumidos, das principais religiões para poder então dizer minimamente algo sobre o tema.
Importante salientar que mesmo eu sendo uma “desigrejada”, em minha opinião as religiões são importantíssimas na construção do indivíduo, em seu processo de evolução. Depois falamos mais sobre isto, por hora vamos aos gráficos:
Ps.: Nas mitologias não existia o conceito de bem e mal, o que existia era a ordem e o caos.
O conceito de Deus, como sendo um ser único e antropomorfizado, surgiu com as religiões abraâmicas. Que começam pelo judaísmo, depois vem o cristianismo e por último o islamismo.
E tem mais ainda…
Paralelamente à reforma do protestantismo, existem outras religiões como a Doutrina Espírita, Os Mórmons, Testemunhas de Jeová, Adventista, Ciência Cristã. Sem contar as sociedades secretas, com escolas iniciáticas como Os Maçons, Rosacruz, Teosofia, Eubiose… Ufa! É teoria e conhecimento para não acabar nunca mais! Ai que festaaaaaaaa!
E o que pretendo com isto dizer? Que uma árvore tão grandiosa e cheia de tão profundas raízes como são nossas religiões, não é algo a ser simplesmente deixado num canto, ou então fazer de conta que não existem simplesmente porque não as compreendemos! Há de se buscar, cavar mais fundo para aprender a conviver com isso de forma equilibrada, saudável.
Quando a seguidora da página me questiona por eu não aproveitar a oportunidade de “despertar” a amiga que mandou o “Deus abençoe”, eu digo que necessário se faz compreender que cada ser neste planeta está em seu processo de evolução, e que sim, as religiões exercem papel fundamental neste processo do indivíduo. Não se deve acelerar a metamorfose de uma borboleta, ela não conseguirá alçar voo enquanto não estiver com suas asas prontas.
A muleta…
E costumo fazer uma comparação; Se você já observou um bebê recém nascido no momento do banho, vai entender. Quando colocamos o bebê na banheira, ele abre os braços, visivelmente assustado, alguns ficam tão desesperados que caem no choro! E mesmo a água estando em temperatura agradável, a maioria dos bebês chora muito no momento do banho. Porém se colocarmos uma fraldinha, um pedacinho de pano qualquer em sua mão, ele agarra aquele paninho com toda força que possui e seu choro cessa. Ele se sente seguro e protegido. Por um simples pedaço de pano. Assim são as religiões para as pessoas em determinado estágio de sua evolução. A religião funciona como um andador para uma criança, como uma muleta para quem não sabe caminhar sozinho, no momento elas são necessárias.
Um padre me libertou da religião
O fato é que depois de vários anos estudando sobre isto, e continuo a estudar, acabo compreendendo que todas as religiões se nutriram da mesma fonte, para existirem no agora. Apenas estão usando roupagens diferentes, mas que em essência cada qual está desempenhando o seu trabalho. Sei que existem interesses por trás de cada uma, mas isto é assunto para outro artigo. Por hora, vamos nos ater ao que realmente interessa, que é nos descobrirmos como seres especiais que somos, independente da religião. Todos somos sementes das estrelas. Respeitemos a escolha de cada um, e não custa nada descer um degrau em seu entendimento para dar a mão ao seu próximo, pois ele ainda não consegue enxergar do mesmo ângulo que você.
E quando conseguimos olhar de fora, tudo faz mais sentido. Eu certa vez li um livro, que simplesmente me libertou das correntes da religião. Obviamente que eu ainda percorreria um longo e árduo caminho até me encontrar, mas ao menos já havia acordado. E quando li o tal livro nem prestei atenção no autor, comprei apenas pelo título. Ainda bem que não observei quem era o autor, pois se soubesse, certamente não teria acessado a chave da minha masmorra. O livro se chama Quem me Roubou de Mim? E foi escrito por um padre. E por mais paradoxal que possa parecer, um padre me ajudou a me libertar da religião, isto significa que ele está fazendo a parte dele. E é isso que penso sobre as religiões e sobre acordar as pessoas. Deixe-as roncar e babar no travesseiro da existência até chegar o momento certo de acordar, ok?
Beijos, da Mah.